4.8.10

A História de Pedro, um garoto engraçadamente problemático.

Em sua solidão, Pedro ficava louco, quando estava com alguém, Pedro ficava calmo. Mas Pedro não tinha ninguém, então enlouquecia, já que nem a calma servia de companhia. Velho Pedro, Jovem Pedro, pena que Pedro não sabe o que fazer. Seus amigos, o Senhor Café com Leite e o Senhor Cigarro Paraguaio, o deixaram. Um trocou-o por travestis e o outro por aventura. Ê Pedro, se cuida, rapaz. Mas Pedro não era só sozinho, ah, se fosse só a solidão...como bom seria. Pedro também amava, e não daqueles amores que te convidam pra ir no cinema, que dá frio na barriga antes do beijo e 2 meses depois um sexo selvagem quebra as noites românticas e felizes. Não, não era esse amor... Era um amor que cegava, que fechava portas e intimidava, Pedro. Pedro amava seus amigos, e conseguia evoluir o platonismo-afetivo a ponto de amar o que não existia. E se não existia, pra amar, ele criava. E isso matava, Pedro, que se perdia e não sabia se o que sentia era falso ou verdadeiro. Pedro gostava de Artes, de Música, equitação e pessoas que trocavam os pés pelas mãos.
Um dia Pedro saiu pra comprar alguma coisa que não se lembra o quera, de qualquer jeito ele saiu de casa. E quando saiu, descobriu que era gay, que não gostava tanto assim de CPM22 e que as pessoas faziam muito mal. Descobriu que por mais que ele se esforçasse não gostariam dele do jeito que ele era, então preferiu ser um pouco do jeito dos outros, só pra conversa render. E no meio dos descobertas, o Amor de Pedro morreu, mas não morreu inteiro. Então Pedro passou a ter um amor zumbi. Que apesar de toda intensidade, seu amor só fazia barulhos estranhos e andava devagar. Pedro podia querer morrer de tanto amar, mas o amor já estava morto, então Pedro não se matava. E quando voltava pra casa, no meio desse amor-zumbi, sexualidade, amigos que abandonavam, Pedro chorou... mentira, as lágrimas já tinham secado todas no caminho, mas por dentro Pedro soluçava, gemia e gritava. Tinha dor e um sentimento vazio e que queria algo que o preenchesse. Não era ambição, porque Pedro tinha pouco desse. Era um querer-impossível, a felicidade no que é meramente possível. Como se Pedro pensasse "Porra, que bom seria isso", e no momento em que esse pensamento nascia, Pedro sorria por dentro (e às vezes por fora também). Depois que voltou pra casa, Pedro usava esse sentimento como consolo e como um amigo antigo, que de repente vem visitar. Não dava pra ser feliz, mas dava pra não definhar em tristeza. Pedro hoje conta grãos de areia, coleciona cartas e escreve algumas também.
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Meio sem sentido eu sei, Pedro é um amigo meu que, óbviamente, não chama Pedro... o texto é curtinho porque meio que serviu pra introduzir uma coisa que eu vou passar pra vocês. É um álbum, o primeiro de Ângela Rô Rô. Esse álbum foi recomendado pra mim por um amigo meu, o Adam, do blog "euvoucomerocudofreud", e ele deixou junto com o link pro álbum o seguinte: "prepara uma dose, senta e acende um cigarrinho". Eu não fiz isso, porque aqui em casa não dá pra fumar dentro, mas, se você fuma, bebe, e pode usar o computador enquanto isso, não deixe de fazer ao ouvir esse álbum. As músicas "Amor, meu grande amor", "Não há cabeça" e "Me acalmo danando" são as mais filhas da puta na minha opinião, então, independente de qualquer coisa ouça-as. O link pro download do álbum é esse aqui, cliquem. Boa tarde.

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