8.11.10

Blend-me.

Ouça.
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Fernanda, fer-nanda, fer-nan-da. Algumas coisas existem pra se admirar de longe, são incompatíveis à aproximações, incompreensíveis ao toque. Nesses casos, devemos nos guardar com a mais pura certeza de se estar fazendo a coisa certo. A maciez e a leveza do seu andar não são desse mundo, não compreendem às leis físicas de ação e reação, não Fernanda, você levita, plana baixinho da maneira mais encantadora possível. Encanto, seus encantos, um milhão de pequenas diversões na minha cabeça. Dos pés à cabeça, toda você, toda pura, toda nua, toda... Quero saber, mas não posso, quero saber se esse gosto que parece doce é doce mesmo? Se essa pele é sedoza, assim como imagino em meus devaneios. Devaneios, hoje quase fui atropelado enquanto usava as estrelas pra desenhar seu rosto. Seus lábios, não são lábios, são promessas sedutoras, de algo reservado à poucos, apenas aos que nunca mereceriam. Pois os que merecem, loucos ficariam ao primeiro toque. Você reflete a beleza de tudo que é mais simples e chocante, me lembra leite derramando nas propagandas da Parmalat, agradável aos olhos, à boca, à mente. Em que lugar eu te achei? Onde você existe, Fernanda? O que eu posso fazer pra não me ver tetraplérgico toda vez em que um olhar é lançado das suas pupilas dilatadas? Me resta algo além do medo de um não? Restaria, então, paixão depois de sua recusa? Você recusaria? Imagino um beijo, eu seria teu, Fernanda, num beijo, eu seria teu. Não cobraria nada, perto de você eu nada valho. Apenas me renderia, deixando-te por guia, esperando que me levasse ao lugar que você quisesse, já que onde quer que eu estivesse, estando em seus braços, estaria bem. Será que corresponde aos meus olhares, quando esses se chocam com os seus? Ou esse jeito de quem está procurando alguma coisa interessante pra fazer (e que acaba de achar!) existe sempre aí dentro? Sou eu, ou essa situação? Sou eu ou as dezenas de pessoas que poderiam ser? Que seja eu... não é. Mas diz, Fernanda, onde vou encontrar tanta certeza em tão poucos gestos, aonde? Se só seu corpo, até hoje, me pareceu um abrigo sincero, aí, sei, não teria medo. Entre suas carícias, eu seria mais forte. E você, com as minhas, talvez pudesse ser feliz. Em algum lugar, em algum mundo, nós ficamos juntos, não pouco, muito, quase a eternidade. Porque pra tão grande amor, só a eternidade bastaria, só a eternidade, Fernanda, só a eternidade pra eu enjoar de você. Enquanto seu toque ser imaginário, enquanto seus lábios aspirarem desafio, enquanto sua voz permanecer um mistério, enquanto seu gosto, doce, doce, for doce na minha boca, mesmo sem que essa toque sua pele, enquanto isso, Fernanda, só você.
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Pouco, mas tanto. Hoje não foi planejado, vendo que por mais calculista que eu seja, nada sai como o planejado. Você, "Fernanda", vai dar muito o que pensar ainda, ao que parece.

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