Amor. Ignorância de qualquer coisa que possa parecer racional, se pensa, mas isso não quer dizer que se faz o que se pensa, ou que se considere sobre isso. À noite dois corpos se juntam, se amam, se apertam e gozam, pensam em como a vida é perfeita e como ali, daquele jeito, a vida não tem problemas. De manhã, eles separam, com mau hálito mas ainda sorrindo e dizendo bom dia, o sexo acabou, mas resta carinho, as últimas gotas dele. À tarde já não há mais nada. Nem bom dia, nem sorrisos, só um pouco de inquietação, alguma incerteza. Não se sabe se faz duas horas ou dois anos que se está perto daquela pessoa, tanto faz, não se quer mais perto. Vem a vontade de ficar sozinho, de copular com o egocentrismo, numa pseudo-auto-suficiência. Corta-se a si mesmo e sente-se prazer. O auto-flagelo é confortante, porque pára quando der vontade.
Dúvida. Elas crescem, crescem e crescem. Como as hidras, elas se reproduzem através de brotamento, geometricamente aos milhares. Não se sabe que horas são, se horas existem, ou o que é existir. O poço de contradições se enchendo, o saco se enchendo. Era tanta coisa, tanta coisa pra falar, pra escrever. Agora não é nada. Por que? As dúvidas de novo. São monstros que estão em qualquer lugar, atacam a todo momento, mas mesmo assim surpreendem. Os sintomas são excesso de vícios, loucura pós-parto(da dúvida), ou inanição(do pensamento). Se algum desses casos forem diagnosticados, corra o mais rápido que puder, não olhe pra trás e nem pense em pensar.
Amor e Dúvida. Dois monstros mitológicos devoradores de homens. Quando atacam em conjunto é devastador. Fica difícil entender se é pra ir ou pra voltar. Se o sorriso é bom ou é falso. Se o olhar blasé é charme ou escarro. Se sentar longe é sinal de timidez ou desprezo. Se é nojo ou admiração. Ou mais um infinito de hipóteses duvidosas. Não dá pra entender, não dá pra pensar, só engolir. E no ato de engolir, a boca fica cheia, a barriga dói. Fala-se qualquer merda, por não saber o que falar, e de um jeito estranho porque o desconforto destrói. Seleciona rigorosamente cada palavra na cabeça, pra dizer uma coisa enrolada e mal-feita, que era a única coisa que não deveria ser dita. Provoca arrependimentos, pesares e mágoas. Uma sensação de inexistência de qualquer coisa melhor que nada. Fica-se forçado à complacência, à decepção que precede a aceitação de qualquer lixo que lhe é empurrado. Duvida-se de si mesmo, dos outros, da outra, da vida. Na verdade, a dúvida fica imperando sobre qualquer coisa que existe. Não há escolhas boas, então não há escolhas. Se faz achando/sabendo que está errado, quando na verdade está certo. E se acerta errando, quando na verdade, está errado. Chega uma hora, que os corpos se juntam à noite tendo certeza que à tarde serão separados. Porque a dúvida é angustiante, tirando o bom do mistério. O amor faz o papel de carrasco, deixando a vítima ainda mais pra baixo. Não se quer nada, porque nunca se sabe se alguma coisa existiu.
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Se alguém ter paciência pra ler isso, não leia. Espero, de verdade, que ninguém se identifique com o texto.
Se você acha que o amor é um relógio de areia, que se esgota no fim do dia... (isso se confirma em "mas resta carinho, as últimas gotas dele. À tarde já não há mais nada.")
ResponderExcluirUm comentário idiota.
Me relacionei com uma mulher de sol em libra e vênus em escorpião. Entendi quando nada 90% do texto. Parabéns :)
ResponderExcluirEu me identifiquei, sou libriana com Vênus em escorpião então tenho amor, mas também as dúvidas,com as dúvidas vêm os medos, com medos vêm a solidão,pois morro de medo de sofrer e para não acontecer isso tenho uma atitude bem radical que é o afastamento.
ResponderExcluirSomos iguais
ExcluirSomos iguais
Excluirexatamente eu
ExcluirEu me identifiquei, sou libriana com Vênus em escorpião então tenho amor, mas também as dúvidas,com as dúvidas vêm os medos, com medos vêm a solidão,pois morro de medo de sofrer e para não acontecer isso tenho uma atitude bem radical que é o afastamento.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMe identifiquei completamente. Caramba, não sou só.
ResponderExcluirSou libriana com Vênus em escorpião. E sinceramente, to chocada! Queria não ser eu a pessoa que se identificou com esse texto.
ResponderExcluirSou libriana com Vênus em escorpião. E sinceramente, to chocada! Queria não ser eu a pessoa que se identificou com esse texto.
ResponderExcluirComo não se identificar?
ResponderExcluirsol em libra e vênus em escorpião... É tipo eu.
ResponderExcluirsol em libra e vênus em escorpião... É tipo eu.
ResponderExcluirMe relacionei com um libriano com ascendente em escorpião, infelizmente, é isso. :/
ResponderExcluirNossa.. sou libriano com Vênus em escorpião, infelizmente me identifiquei muito! Que texto.. parabéns
ResponderExcluirSou libriana com Vênus em libra mas me identifiquei muito. Tenho lua/Plutão em escorpião o maior aspectos no meu mapa.
ResponderExcluirNossa! Tô chocada! Os librianos com vênus em escorpião poderiam me explicar melhor isso??? Estou estudando astrologia.
ResponderExcluirComo não identificar???
ResponderExcluir"Não dá pra entender, não dá pra pensar, só engolir. E no ato de engolir, a boca fica cheia, a barriga dói. Fala-se qualquer merda, por não saber o que falar, e de um jeito estranho porque o desconforto destrói. "
Pensei que fosse a unica a me sentir sempre engasgada!